terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Seja educado, dê passagem para as viaturas de bombeiro

Um dos momentos mais criticos para quem trabalha nas ruas com qualquer tipo de emergência é justamente o seu deslocamento nas ruas. O excesso de veiculos e o consequente congestionamento, tipico dos grandes centros urbanos, causam um stress desnecessario, mas frequente, antes mesmo de chegarmos ao local da emergência. Este momento, que deveria ser dedicado ao planejamento das ações no local da ocorrência, alem da obtenção de informações essenciais junto a central de operações, acaba se tornando tenso ao ponto de desconcentrar os socorristas. Isto se deve a falta de cordialidade, educação ou ate mesmo de atenção de muitos motoristas, que acabam, querendo ou não, atrapalhando a vida de bombeiros, policiais e outras equipes que, por lei, possuem prioridade no trânsito. Ressalte-se que, de acordo com consagradas teorias do atendimento pre-hospitalar (como o Principio da Hora de Ouro e dos Minutos de Platina), um atraso no atendimento do paciente pode levar a agravos em seu quadro clinico ou traumatico. Alem do mais, vale ressaltar que boa parte dos acidentes envolvendo bombeiros e policiais acontecem justamente no deslocamento das equipes, ou seja, no trânsito. Falo com a propriedade de quem ja se envolveu em um acidente no deslocamento para uma ocorrência (posso afirmar que não foi um uma experiência boa, pois, inclusive, houve vitima fatal). Portanto, abrace a campanha e divulgue a mensagem:


Para driblar o trânsito e surtir um melhor tempo-resposta aos atendimentos, alguns corpos de bombeiros ja utilizam do serviço de moto-resgate.

Por fim, vale ressaltar que, alem de educação, trata-se de uma obrigação dos motoristas. Veja o que prevê o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) quanto a esta questão: “O artigo 29 do CTB determina que os veículos destinados a salvamento e socorro de incêndio têm prioridade de trânsito quando em serviço de urgência, identificado pelo alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente. Quando os dispositivos estiverem acionados, os condutores devem se direcionar para a faixa direita da via, deixando livre a passagem pela faixa da esquerda. O motorista que desrespeitar a norma fica sujeito a multa gravíssima - R$191,54. Quanto aos pedestres, a orientação é atravessar a via apenas quando o veículo já tiver passado.”

Moto-resgate: Lutando contra o tempo para salvar vidas

O aumento da frota de veículos, a lentidão e as vias estreitas do trânsito, além da necessidade do atendimento em tempo ideal nas emergências pré-hospitalares (minutos de platina) justificam a necessidade do serviço de Moto-resgate. O trabalho consiste na prestação da primeira resposta pré-hospitalar às diversas vítimas de trauma, principalmente os oriundos de acidentes de trânsito, utilizando-se, para tal, de um efetivo especializado que tripula motocicletas equipadas e próprias para esta atividade. A cada ano que se passa, o Moto-resgate (ou Moto-socorrismo) cresce mais e se consolida nos corpos de bombeiros do Brasil. Estados como Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, São Paulo, além do Distrito Federal já dispõem desse serviço.


>>> Jaqueta air-bag para motociclistas
Destaca-se, porém, a organização e importância que se vem dando ao Moto-resgate pelo Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, que conta hoje com um serviço fortemente estruturado e com um Curso de Especialização em Moto-resgate que é referência nacional. Mesmo iniciado há cerca de 03 anos, o Moto-resgate de Pernambuco mostra-se como um dos principais pilares que sustentam a atividade do Grupamento de Bombeiros de Atendimento Pré-hospitalar (GBAPH) daquele estado e, digasse de passagem, muito se deve ao árduo trabalho do 1º Tenente Gilson Beltrão, um dos pioneiros do serviço no estado, sendo possuidor de diversas especializações na área e o atual coordenador do Curso de Moto-resgate do CBMPE, além de grande amigo deste blogueiro.

A seguir, será disponibilizada uma palestra sobre a Organização e implantação do Moto-resgate no CBMPE, de autoria dos oficiais pertencentes ao Grupamento de Bombeiros de Atendimento Pré-hospitalar daquele estado.

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Como retirar um anel de um dedo inchado: técnica da linha

Diariamente, centenas de pessoas dão entrada nos plantões de hospitais Brasil afora com algum tipo de anel, aliança ou outros adornos presos em seus dedos (já me deparei com bacia de bicicleta, porcas e todo tipo de objeto que se possa imaginar, basta possuir um orifício). O quadro normalmente se repete, o que varia é a gravidade de cada situação: o dedo esta com algum grau de edema (inchaço) que impede a retirada do anel ou outro objeto de uma forma natural (digamos que somente puxando ou rosqueando). Em alguns casos mais graves, ha a exposição dos tecidos subcutâneo, muscular (a conhecida “carne viva”) e até ósseo.


O fato é que esse tipo de ocorrência é de certa forma comum e quem acaba fazendo este serviço somos nos, bombeiros, pois nem todos hospitais possuem estrutura, capacitação ou paciência, digamos assim, para este tipo de procedimento que, de certa forma, é simples. As técnicas para a retirada de anéis são diversificadas. A menos agressiva é a conhecida técnica da linha ou cordão encerado, que pode evitar inclusive o corte ou destruição de uma peça de joalharia valiosa ou de grande estimação, obedecendo ao seguinte método:



1 - Usando uma agulha, um clip ou outra coisa qualquer que se julgue apropriado, passar um pedaço de fio dental (ou uma linha forte) por baixo do anel, e puxá-lo para a zona mais distal possível (Fig.A).
2 - Enrolar o pedaço distal do fio à volta do dedo, fazendo uma espiral com alguma pressão e aperto, até passar a zona inchada (Fig.B).
3 - Fixando a extremidade que se enrolou (a que está virada para a ponta do dedo), ir puxando lentamente a outra, desenrolando o fio, que vai empurrando o anel (Fig.C).
Na maioria dos casos o anel sai com muito pequeno, ou nenhum, desconforto e sem ter que se estragar a joia. O uso de um lubrificante pode ser necessário, mas nem sempre.




Ha ainda a alternativa de se utilizar um tesourão corta-a-frio, devendo ser feito com bastante cautela, para evitar ferimentos na vitima, como se percebe na imagem:

Se ainda não funcionar, geralmente em casos graves com alto grau de inchaço e queixa de dor insuportável pela vitima, impedindo qualquer movimento com a linha, uma outra opção pode ser utilizando um equipamento conhecido como micro-retifica (veja em Bombeiros do Maranhão retiram panela utilizando micro-retifica). Deve-se ter cautela no uso do equipamento e no aquecimento que ele causa ao atritar com o anel, devendo ser molhado o dedo da vitima para se evitar queimaduras. Para amenizar a dor e facilitar a aplicação desta e das outras técnicas, pode ser solicitada a aplicação de anestesia local pela equipe medica.


Se ainda não funcionar, geralmente em casos graves com alto grau de inchaço e queixa de dor insuportável pela vitima, impedindo qualquer movimento com a linha, uma outra opção pode ser utilizando um equipamento conhecido como micro-retifica (veja em Bombeiros do Maranhão retiram panela utilizando micro-retifica). Deve-se ter cautela no uso do equipamento e no aquecimento que ele causa ao atritar com o anel, devendo ser molhado o dedo da vitima para se evitar queimaduras. Para amenizar a dor e facilitar a aplicação desta e das outras técnicas, pode ser solicitada a aplicação de anestesia local pela equipe medica.


Quando devo chamar os Bombeiros ou o SAMU?

No momento da emergência, sempre surge aquela dúvida sobre qual órgão deve ser acionado para socorrer um acidentado. A prestação de primeiros socorros ou atendimento pré-hospitalar(APH), atualmente, é uma competência concorrente entre algumas instituições públicas, como os Corpos de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o conhecido SAMU, disciplinada pela Portaria 2048/2002 do Ministério da Saúde.


Primeiramente, é bom que se frise que, apesar da prestação de primeiro socorros ser realizada pelos dois órgãos, Bombeiros e SAMU não são a mesma coisa! Aí surge a questão, em que casos devem ser acionados cada órgão? Via de regra, considerem que as emergências envolvendo risco, além dos danos pessoais causados pelo próprio acidente, devem contar com a presença dos bombeiros a fim de estabilizar as condições de insegurança. De uma forma geral, considere a tabela abaixo para saber quando acionar os Bombeiros (193) ou o SAMU (192):


Há outras situações, inclusive, que bombeiros e SAMU trabalham de maneira integrada. Por exemplo:

A cena consiste em um acidente de trânsito com vazamento de combustível, havendo uma vítima presa nas ferragens. Nesse caso, ao passo em que controlarão o risco de incêndio devido ao vazamento, os bombeiros efetuarão a retirada da vítima das ferragens, repassando, então, aos cuidados da equipe de primeiros socorros (que poderá ser dos próprios bombeiros ou do SAMU).

Utilizando essa informação você irá poupar tempo, fator crucial em qualquer atendimento de emergência. Ajude a salvar vidas, divulgue!

Atenção: não usem alianças ou anéis durante o serviço!


Acidentes acontecem, mas cabe a nós evitá-los. E isto diz respeito à grande maioria deles, que são neutralizados com simples medidas preventivas. Chamo a atenção para um tipo específico de acidente, envolvendo anéis, aliança ou afins. Se você é bombeiro, é bem provável que já tenha atendido a uma ocorrência semelhante, tendo que remover algum anel ou aliança de um dedo edemaciado (inchado), isto quando não aparecem aqueles materiais muito mais bizarros, tais como porca de parafuso, bacia de bicicleta etc. A intenção deste post, entretanto, é chamar a atenção para uma medida preventiva que muito nos interessa: não se recomenda o uso de anéis, alianças, pulseiras e outros adornos no serviço operacional de bombeiro. Observe a imagem abaixo e entenda o porquê.




E aí, convenceu? Fique atento, pois em um descuido bobo, facilmente essa vítima pode ser você. Assim, apesar da inevitável reclamação de esposas e noivas (elas nunca entendem), não vale a pena arriscar ser vítima de um acidente como este, que pode ocasionar sequelas permanentes. Aos teimosos, se ainda assim optarem por usar, não descalcem as luvas de proteção nas 24 horas do plantão, o que irá lhe proporcionar pelo menos alguma proteção. Vale ressaltar que a dica também é válida aos colegas de outras profissões, como policiais, operários, professores de educação física, trabalhadores da construção civil e todos aqueles que lidam com manipulação de ferramentas e maquinários, desempenhando, de uma forma, ou de outras, o conhecido “serviço braçal”.

domingo, 17 de fevereiro de 2013